Andréa Margon
“O Brasil precisa resolver casos pontuais referentes a investimentos”. Esta foi uma das falas da ministra da Casa Civil da República, Gleisi Helena Hoffmann, em encontro dia 05 com representantes das três federações de trabalhadores portuários. No encontro, os trabalhadores se mostraram preocupados com a boataria sobre a extinção dos Órgãos Gestores (Ogmos) e, consequentemente, o fim do trabalho avulso. A ministra negou que esteja analisando a mão de obra. Mas, admitiu mudanças na gestão dos Portos Públicos. Daí, vem a máxima de Cervantes: “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Mas, a ministra não teve de
encarar, somente, os representantes dos trabalhadores. Empresários do ramo
também estavam em Brasília, para uma conversa com ela. Eles estão preocupados
com a “abertura no marco regulatório” (ou seria arrombamento?), para que
terminais privativos possam aumentar o volume de movimentação com cargas de
terceiros. Isso representa mudanças na Lei dos Portos vigente.
O presidente da Intersindical capixaba, José Adilson
Pereira, que também participou do encontro, contou ao Planeta Porto que Gleisi Hoffmann
foi categória ao afirmar que não está analisando a mão de obra nos portos. Segundo
ele, a ministra falou que o Governo Central quer um Porto Público eficiente e
que dê resultados e que planeja mudanças visando um futuro de 15 anos. Isso
representa entregar para a iniciativa privada a gestão das Docas.
Essa medida referente às Cias Docas brasileiras não
agrada, em nada, os pequenos e médios empresários do segmento. Eles temem a
concorrência “desleal” com os terminais privativos que, com maior capacidade e
tecnologia, venham a desviar cargas dos Portos Públicos.
Gleisi Hoffmann adiantou que a presidente Dilma
Rousseff quer que o “pacote dos portos e aeroportos” esteja concluído até o
final do mês de setembro. Entretanto, a ministra diz que não irá se precipitar
e reiterou que nada está resolvido, que tudo está em fase de análise.
Não deixando a mobilização de lado, os avulsos do
Espírito Santo realizam assembleia conjunta no próximo dia 18, em Vitória. O
encontro será para análise do movimento, que teve início dia 29 de agosto, onde
estruturaram uma agenda de ações.
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