quinta-feira, 26 de abril de 2012

Fim do Fundap e nada de novo

Andréa Margon
Fundap e crise mundial, além de uma viagem (bem rápida) pela história da economia capixaba. Estes foram os principais temas abordados pelo ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, em palestra (ou seria em tom de campanha?) no Seminário Serra Sustentável 2012 – 2032, que aconteceu dia 24 de abril. Embora o tema fim do Fundap esteja em alta, Hartung se limitou a falar o que todo mundo já sabia, ou seja, perdas de mercado de trabalho e para a economia do estado. Nenhuma novidade.


Que o Espírito Santo vai perder dinheiro e, consequentemente, vai afetar seus crescimento e desenvolvimento, ninguém tem dúvida. E, Paulo Hartung disse que isso vai ocorrer por conta da falta de infraestrutura do sistema logístico capixaba. “O arranjo produtivo vai se desorganizar com a queima do local de trabalho”.

“Enviei para ele (Hartung) a seguinte pergunta: porque ele, quando governador, não se empenhou em relação ao projeto dos trabalhadores portuários sobre o porto de águas profundas, em Ponta de Tubarão? Infelizmente, meu questinamento não foi apresentado pelo mediador do debate”, disse Luiz Fernando Barbosa Santos, trabalhador portuário conferente e representante dos trabalhadores no Conselho de Autoridade Portuária ES (CAP ES).

Os portuários desenvolveram um projeto, em 2005, e apresentaram ao Governo do Estado, além de outras lideranças políticas de todo o Brasil. Embora enfrentando pensamentos contrários, o projeto seguiu adiante. Ganhou Protocolo de Intenções, assinado pelo então ministro da SEP, Pedro Brito, e teve o aval da presidente Dilma Rousseff (na época da Casa Civil). Além disso, o projeto já está em andamento no Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), que fez estudos técnicos. Hoje, o projeto está na fase de análise de localização, meio ambiente e viabilidade econômica.

Paulo Hartung falou, ainda, que o Governo Federal responsabiliza o Fundap por provocar perda de competitividade da indústria, mas considera que as perdas passam por outro pontos como cambio, spreads bancários, taxa de juros, estrutura tributária, Lei trabalhista, burocracia e, principalmente, a educação precária.


Em sua palestra, Paulo Hartung falou das falências de instituições como Organização das Nações Unidas (Onu) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para ele, esses organismos – criados no pós 2° guerra – pois estão ultrapassados. “As pautas são outras e eles não dão conta. Precisamos de novos fóruns”. Além disso, o ex-governador falou que é preciso regulamentar o sistema financeiro mundial.

Em crítica ao Congresso Nacional Hartung falou que estamos vivendo um período de estagnação, quanto a modernização. Lembrou que em 2012 o PIB brasileiro fechou em 7% enquanto que em 2011caiu para 2,7%.

Hartung se disse otimista, mesmo com a perda do Fundap. No que se refere ao sistema fiscal capixaba o “estado, nos últimos anos, se tornou o mais organizado do país” e aproveitou para lembrar das grandes instalações indutriais – Vale, Arcellor Mital e a indústria de petróleo/gás. Além disso, das inúmeras indústrias que estão se instalando no interior.

Paulo Hartung fechou sua fala apontando que o Estado deve seguir o rumo do crescimento que optou há anos. Mas, não pode abrir mão da “inovação, criatividade, disposição e energia”.

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