Andréa Margon
Com o tema “O aumento da competitividade dos portos
capixabas”, palestra reúne estudantes, trabalhadores e empresários, em Serra
(ES), na manhã desta quinta-feira (12). Um misto de boa vontade e
complascência, acrescidos de uma pitada de numerário, o evento falou sobre a
importância da qualificação da mão de obra portuária no cenário capixaba. Ah...
um simulador para treinamentos em equipamentos
portuários, desenvolvido no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia
(Lamce/Coppe) foi apresentado. Mas, ficaram dúvidas. Portuário tem que se
qualificar. Mas, e os portos?
Apontar os
gargalos do sistema portuário do Espírito Santo, apresentação de Sandro
Madureira Lobato, diretor da Faculdade Centro Leste (UCL) – promotora do evento
– não foi novidade para os presentes, gente ligada ao setor e que sofre, no dia
a dia, os inúmeros problemas. Didaticamente, chegou ao ponto principal do
evento que trata da necessidade para se promover um aprendizado concreto dos
adultos, atores principais desse complexo enredo.
Lobato falou,
defendendo seu quinhão de entidade educacional, da necessidade de se qualificar
(constantemente) os trabalhadores portuários e ofertou tecnologia de ponta para
isso – contrato com o Órgão Gestor de Mão de Obra ES (Ogmo-ES) foi firmado para
ministrar cursos da área. Contudo, o “advogado” se esqueceu de citar a
responsabilidade do zagueiro adversário, os empresários, no que se refere a
investimentos, das mesmas tecnologias, em portos e terminais.
Marcus
Zanotti Breciani, superintendente geral de projetos da Cia. Docas do Espírito
Santo (Codesa), falou sobre “Os desafios do Porto Público”. Em sua apresentação
fez um tour, nem um pouco de lazer,
dos possíveis empreendimentos portuários no ES. Uma observação chama a atenção:
são tantos os projetos que tem município (nanico) que conta com dois
empreendimentos do mesmo segmento. E surge a pergunta: há espaço para isso?
Alguém responde?
Um comentário:
Durante anos, sempre foi preocupação geral qualificar os trabalhadores portuários e somente quem está presente nas operações portuárias, no seu dia a dia, pode ter a visão do quanto falta de infra estrutura. São trabalhadores fazendo o serviço em equipamentos sucateados, são herois da resistência defendendo o pão de cada dia. Concordo que o constante treinamento é necessário a todo trabalhador de qualquer setor, mas igualmente onde se trabalha, tem que haver qualidade, investimento para que fique à altura da constante qualificação do trabalhador. Infelizmente sempre se olha para o lado da balança onde estão os trabalhadores. Por favor, olhem para o outro lado que está carente de melhorias.
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