Andréa
Margon
A criação da Agência Brasileira
Garantidora de Financiamento à Exportação (ABGF) já provoca zum zum zum no
Congresso Nacional. A ABGF prevê mudanças no sistema de financiamento e
garantias de crédito à exportação. Sem saber, exatamente, o que pode acontecer,
o empresariado do setor se preocupa em perder instrumentos que já utilizam há
anos, o Fundo Garantidor de Exportação (FGE).
Com o Brasil Maior, FGE,
encarregado das garantias à exportação, vai ser substituído, aos poucos, por
outros fundos a serem administrados pela ABGF, segundo diretrizes de um
conselho a ser criado pelo Executivo.
Mas, há quem discorde do
empresariado exportador afirmando que a Agência será fundamental para o pleno
desenrolar do setor reduzindo custos e agilizando o processo. E para falar
sobre a ABGF, Planeta Porto ouviu Fundo Garantidor de Exportação (FGE).
Planeta Porto – Qual sua visão quanto a criação da ABGF?
Luiz
Fernando Barbosa Santos – Vejo a proposição do Governo como
importante, pois irá proporcionar a prestação de garantias às operações de
riscos que, hoje, se encontram diluídos em áreas de grande interesse econômico
ou social e, a administração dos fundos garantidores em uma única instituição,
poderá dar uma maior agilidade por inovação e complementação da estrutura de
concessão de garantias ao comércio exterior brasileiro.
Planeta
Porto – Em que
ela pode, realmente, prejudicar o comércio exterior brasileiro?
Luiz Fernando Barbosa Santos – Não
vejo na proposição uma forma de prejudicar o comércio exterior, muito pelo
contrário. Por não ser uma entidade seguradora, mas em atuação conjunta com os
fundos garantidores existentes, atuará em complementaridade ao mercado segurador
e ressegurador e, dessa forma, poderá
dar uma maior alavancagem no padrão do mercado de seguros.
Planeta
Porto – Falam
que “A redação da medida provisória, que fala em "fundos", no plural,
levanta receios de fragmentação dos R$ 14 bilhões a serem destinados ao setor, com
concentração de riscos em alguns fundos e sobra de recursos em outros”. Será
isso, realmente, possível? Tem ideia de quais setores seriam mais beneficiados?
Luiz Fernando Barbosa Santos – Ao
contrário, a proposição, a meu ver, possibilita a centralização do processo de
concessão de garantias em uma única estrutura e, logicamente, na melhoria do
processo de gerenciamento de risco, por meio da diversificação de setores e
operações a serem garantidos, simplificando a intermediação e os serviços
financeiros, pois ter-se-á, apenas, um administrador. Assim, vejo como
beneficiários todo o setor exportador.
Planeta
Porto – Em que a ABGF pode influenciar no Espírito
Santo? Luiz Fernando Barbosa Santos –
Em muitos setores, principalmente no segmento de rochas
ornamentais, onde há um predomínio de pequenas e médias empresas, pois a
proposta de constituição da ABGF irá gerir fundos destinados a garantir
operações de comercio exterior contra: I – o risco comercial em operações de
crédito ao comércio exterior, com prazo total superior a dois anos; II – o
risco político e extraordinário em operações de crédito ao comércio exterior de
qualquer prazo; e III – o risco de descumprimento de obrigações contratuais
referentes a operações de exportação de bens ou serviços.
Planeta
Porto – Considerações.
Luiz Fernando Barbosa Santos – Vejo como positiva a centralização da
concessão de garantias e da gestão dos fundos garantidores em um único
administrador e gestor, com a consequente redução de custos na concessão de
garantias. A unificação da gestão também amplia o grau de liberdade para o
gerenciamento de risco, pois permite a diversificação dos setores a serem
atendidos.
Leia, ainda.
Incerteza sobre fundos de exportação
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