segunda-feira, 14 de maio de 2012

Governo Federal cria Agência para regular exportações

Andréa Margon
A criação da Agência Brasileira Garantidora de Financiamento à Exportação (ABGF) já provoca zum zum zum no Congresso Nacional. A ABGF prevê mudanças no sistema de financiamento e garantias de crédito à exportação. Sem saber, exatamente, o que pode acontecer, o empresariado do setor se preocupa em perder instrumentos que já utilizam há anos, o Fundo Garantidor de Exportação (FGE).

Com o Brasil Maior, FGE, encarregado das garantias à exportação, vai ser substituído, aos poucos, por outros fundos a serem administrados pela ABGF, segundo diretrizes de um conselho a ser criado pelo Executivo.
Mas, há quem discorde do empresariado exportador afirmando que a Agência será fundamental para o pleno desenrolar do setor reduzindo custos e agilizando o processo. E para falar sobre a ABGF, Planeta Porto ouviu Fundo Garantidor de Exportação (FGE).


Planeta PortoQual sua visão quanto a criação da ABGF?
Luiz Fernando Barbosa SantosVejo a proposição do Governo como importante, pois irá proporcionar a prestação de garantias às operações de riscos que, hoje, se encontram diluídos em áreas de grande interesse econômico ou social e, a administração dos fundos garantidores em uma única instituição, poderá dar uma maior agilidade por inovação e complementação da estrutura de concessão de garantias ao comércio exterior brasileiro.
Planeta PortoEm que ela pode, realmente, prejudicar o comércio exterior brasileiro?
Luiz Fernando Barbosa SantosNão vejo na proposição uma forma de prejudicar o comércio exterior, muito pelo contrário. Por não ser uma entidade seguradora, mas em atuação conjunta com os fundos garantidores existentes, atuará em complementaridade ao mercado segurador e ressegurador e, dessa forma, poderá dar uma maior alavancagem no padrão do mercado de seguros.

Planeta PortoFalam que “A redação da medida provisória, que fala em "fundos", no plural, levanta receios de fragmentação dos R$ 14 bilhões a serem destinados ao setor, com concentração de riscos em alguns fundos e sobra de recursos em outros”. Será isso, realmente, possível? Tem ideia de quais setores seriam mais beneficiados?
Luiz Fernando Barbosa SantosAo contrário, a proposição, a meu ver, possibilita a centralização do processo de concessão de garantias em uma única estrutura e, logicamente, na melhoria do processo de gerenciamento de risco, por meio da diversificação de setores e operações a serem garantidos, simplificando a intermediação e os serviços financeiros, pois ter-se-á, apenas, um administrador. Assim, vejo como beneficiários todo o setor exportador.

 
Planeta Porto Em que a ABGF pode influenciar no Espírito Santo? Luiz Fernando Barbosa SantosEm muitos setores, principalmente no segmento de rochas ornamentais, onde há um predomínio de pequenas e médias empresas, pois a proposta de constituição da ABGF irá gerir fundos destinados a garantir operações de comercio exterior contra: I – o risco comercial em operações de crédito ao comércio exterior, com prazo total superior a dois anos; II – o risco político e extraordinário em operações de crédito ao comércio exterior de qualquer prazo; e III – o risco de descumprimento de obrigações contratuais referentes a operações de exportação de bens ou serviços.

Planeta PortoConsiderações.
Luiz Fernando Barbosa SantosVejo como positiva a centralização da concessão de garantias e da gestão dos fundos garantidores em um único administrador e gestor, com a consequente redução de custos na concessão de garantias. A unificação da gestão também amplia o grau de liberdade para o gerenciamento de risco, pois permite a diversificação dos setores a serem atendidos.
Leia, ainda.
Incerteza sobre fundos de exportação


Nenhum comentário: