segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não existe fronteira na logística de transporte

Andréa Margon

A logística de transporte não pode ser limitada a fronteiras. Há de se ter integração entre estados. A afirmação é de Marcelo Perrupato, secretário de Política Nacional de Transportes, do Ministério dos Transportes. Ele participou do Seminário “Logística é Solução – Desenvolvimento: os caminhos do Brasil passam pelos portos do ES”, que aconteceu hoje (28), em Vitória.


Em se tratando de infraestrutura portuária no Espírito Santo, Perrupato reconheceu sua deficiência e disse que “o sistema de transportes tem que se adequar a logística do agronegócio, da mineração e das atividades urbanas”. As duas últimas são fortes atividades executadas no Espírito Santo.

O secretário lembrou, inclusive, que o trabalho conjunto dos Planos Nacionais de Políticas de Transporte e Portuário (PNLT e PNLP) estão na reta final. Inclusive adiantou que retorna ao estado na primeira quinzena de junho para apresentar o (PNLT).


A vocação de estado voltado para o comércio exterior foi admitida por Marcelo Perrupato. Segundo ele, isso é “inquestinável” e que para não se perder esse status é necessário investimento no setor de infraestrutura e de criação de novos portos. E foi nessa parte que ele apresentou a imagem do projeto do porto de águas profundas, em Ponta de Tubarão (Vitória-ES), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).


Presente ao evento, o prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga, questionou a razão pela qual há tanta interferência de órgãos e pessoas ligadas ao meio ambiente nos empreendimentos e comparou o complexo portuário capixaba com Suape (PE). Segundo Perrupato, o complexo de Suape fez tal qual se faz na Europa, ou seja, há planejamento e há, ainda, a consulta pública onde são apresentados os empreendimentos. A ação busca esclarecer a população que se não houver empreendimento não haverá emprego, geração de renda etc. No final, dá tudo certo e o projeto segue.


Mas, não é só de criação e melhoramentos de instalações portuárias que se faz comércio exterior de qualidade. O secretário de Política Nacional de Transportes apontou a necessidade de se interligar rodovias e ferrovias no contexto. O setor aeroviário também faz parte do complexo.


Perrupato classificou o aeroporto de Vitória como modesto. Segundo ele, dentro de pouco tempo não haverá mais transporte de passageiros, por rodovias, em percursos acima dos 100 km. Outra vertente aeroviária é a de transporte de mercadorias, que vem crescendo, mas esbarra na pouca oferta. Ele defendeu Parcerias Púlbicas Privadas (PPPs), nesse segmento, com a criação de aeroportos com características de shopping, onde sua infraestrutura seria esguida e administrada pela iniciativa privada e a administração aeroportuária pelo Governo Federal, como é hoje. Assim, a manutenção financeira deixaria de vir das tarifas.

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