segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fundap - O que foi sem nunca ter sido I

Andréa Margon

Criado na década de 1970, o Fundap deveria ser aplicado em diversos setores, dentre eles a infraestrutura. Mas, não foi isso que aconteceu. Segundo Luiz Fernando Barbosa Santos, portuário conferente e representante dos trabalhadores portuários avulsos no Conselho de Autoridade Portuária Espírito Santo (CAP-ES), grande parte dos recursos foi aplicada nas áreas de cultura e constituição de empresas. “A destinação dos recursos, oriundos do beneficio fiscal, também não foi discutida com a sociedade”, efatizou Luiz Fernando.




A informação surgiu durante palestra Pós-Fundap – Repercussões para os Trabalhadores Portuários - que aconteceu hoje (21), na sede do Sindicato dos Estivadores ES, em Vitória. O evento contou com cerca de 80 participantes dentre lideranças sindicais e trabalhadores de base. Presentes, ainda, e formando a mesa de debates a deputada federal e ex-ministra da Secretaria Especial das Mulheres, Iriny Lopes (PT), e a senadora Ana Rita Esgário (PT).
Outro alerta é quanto a produção de Minas Gerais. Luiz Fernando prevê que a carga do estado vizinho deverá transitar entre Espírito Santo e Rio de Janeiro. A movimentação dos produtos mineiros vai depender de quem oferecer melhor infraestrutura portuária, maior qualidade da mão de obra e tributação atraente.

“Encerrou o ciclo de redução de imposto como instrumento de crescimento. Para ser competitivo não é benefício fiscal e, sim, oferecer boa infraestrutura portuária e qualidade da mão de obra”. Luiz Fernando falou ainda que, com isso, o trabalhador portuário tem papel fundamental nesse novo momento e as lideranças sindicais também. Estas precisam participar de diversos fóruns e apresentar  projetos.
Mas, que o fim do Fudap vai mexer com, ao menos, parte do setor de comércio exterior isso vai. Luiz Fernando falou, primeiro, do lado bom. A movimentação de automóveis pelos portos do Espírito Santo não será alterada. Os operadores já adiantaram que como os mercados do Sudeste e Centro Oeste estão em alta na comercialização de veículos e máquinas, o estado é estratégico em sua localização e em função de seus portos secos (Eades).

Mas, nem tudo são flores. Café e tecidos estão na berlinda. A movimentação de contêineres vai cair entre 30% e 40%. E, embora o Fundap esteja “vivo” até dezembro deste ano, já leva empresas ao coma induzido. A MSC já cancelou a rota Vitória-Europa. A Europa é o maior comprador do café capixaba.
E é por essas condicionantes que Luiz Fernando defende a necessidade, urgente, de investimentos em no setor portuário e isso passa pela construção do porto de águas profundas, projeto desenvolvidos pelos trabalhadores portuários em 2005.

Nenhum comentário: