quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Enquanto Seu Lobo não vem


Andréa Margon

 

A crise econômica mundial, que afeta o Brasil, faz com que o Governo Federal mude suas estratégias. Ele deverá investir em infraestrutura usando o artifício das chamadas licitações desertas http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/ceae/md3txt4.htm. Enquanto seu lobo não vem, o segmento portuário vai seguindo pela estrada a fora.



 


Este é o cenário apontado por especialistas do setor portuário, frente às informações que já vazaram sobre o “pacote” do Governo Federal, cuja primeira parte foi apresentada, semana passada, falando de rodovias e ferrovias. A segunda parte, portos e aeroportos, ainda não tem data para ser anunciada.

 

Já vazou, também, a criação do Conselho de Autoridade Portuária Nacional. Se essa medida for, realmente, concretizada os CAPs estaduais irão para o bebeléu, expressão usada pelo marchand e colecionador Jean Boghici, que teve a maior parte da sua coleção perdida num incêndio, no Rio de Janeiro. O argumento usado é de que as Cias. Docas ficarão, tão somente, com a função de Autoridade Portuária, deixando a parte operacional para a iniciativa privada. Em relação ao Porto de Vitória já se fala que será ocupado por empresas offshore. A concessão foi divulgada pelo Valor Econômico citando que os portos da Bahia e Manaus estão no mesmo barco.

 

Outra medida é acabar com a mão de obra avulsa. É que acabando com os Ogmos, como está sendo especulado, a gestão dos trabalhadores passará para a iniciativa privada – isso seria uma mudança na Lei dos Portos? Mas, a ala dos trabalhadores questiona a forma como será feita essa mudança e quais os critérios que serão adotados, quanto a remunerações e direitos sociais.

 

Continuando a falar de trabalhadores, como ficarão os portuários estatutários, com as concessões à iniciativa privada dos Portos Públicos? O que será deles, com a transferência da operacionalidade para o setor privado?



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