Uma
dívida aproximada a R$ 122 milhões. Esse é o valor que a Cia. Docas do Espírito
Santo (Codesa) deve ao Fundo de Pensão Portuária
(Portus) – valores de julho deste ano. Sob intervenção, sua liquidação já foi
recomendada e, nesta quinta-feira (09), foram realizadas manifestações
contrárias à decisão em todo o país. O movimento, intitulado Dia Nacional de
Luta em Defesa do Portus reuniu cerca de 400 pessoas em Vitória (ES), e movimentou
o Centro da capital capixaba.
Uma caminhada foi realizada pela orla do Cais Comercial de Vitória,
em prol do Portus. O evento reuniu trabalhadores portuários da Codesa e de
outros terminais, além de avulsos e integrantes da Via Campesina/MST,
representados por famílias caponesas do município de Presidente Kennedy (sul do
estado).
A dívida das Cias Docas, em todo o Brasil, está próxima aos R$ 4
bilhões e, embora a Justiça Federal já tenha reconhecido R$ 1.2 bi, o Governo
Federal se recusa a pagar e tende a seguir a recomendação do interventor do
Portus, que é a liquidação do Fundo.
Ernani Pereira Pinto
liderou o movimento
Ernani Pereira Pinto, presidente do Sindicato Unificado da Orla
Portuária ES (Suport-ES), que liderou o movimento capixaba de hoje, questiona o
Governo. Ele quer saber como ficam os investimentos realizados, ao longo de
anos pelos trabalhadores no Portus. “Será igual a historinha da poupança na era
Collor?”
Ele garante que os portuários não irão se calar e que mais manifestações
acontecerão. Ele enfatiza que “a Cias. Docas têm que assumir sua
responsabilidade. Arrecadaram dos trabalhadores, não repassaram para o Portus e
nem pagaram a suas partes”.
José
Adilson Pereira (ao microfone), presidente da Intersindical da Orla Portuária ES
O presidente da Intersindical da Orla Portuária ES, José Adilson
Pereira, participante do evento, lembrou da história do PL 08 – início da
redação da Lei dos Portos –, quando os trabalhadores portuários abraçaram o
Porto de Vitória, em protesto ao que o então governo Collor que queria mexer
com o sistema portuário nacional excluindo os trabalhadores. Disse, ainda, que
o movimento em defesa do Portus é legítimo e conta com o apoio de todos os
trabalhadores da orla portuária.
A extinção do Portus pode provocar diversos problemas aos
trabalhadores das Docas em todo o Brasil. E, em especial, os aposentados e
pensionistas que poderão ter seus benefícios reduzidos entre 50% a 70%.
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