Andréa
Margon
Para
uma platéia estimada de 30 empresários – pela TV parecia que tinha muito mais
gente – Dilma Rousseff falou de investimentos para os próximos 30 anos. O pacote prevê a
duplicação de 7.500 quilômetros de rodovias e construção 10 mil quilômetros de
ferrovias, passando ao setor privado concessões estimadas em R$ 133 bilhões.
Políticos da oposição falam em privatização, mas o Governo Central nega,
veementemente.
O
“pacote” é arrojado, desafiador. Mas, intrigante em um determinado ponto.
Voltemos a Eike Batista. Lembram que falei que ele se pronunciou antes mesmo da
fala da presidente? Pois bem, coincidência ou não, o projeto inclui uma
ferrovia ligando Vitória (ES) a Campos dos Goitacazes (RJ), cidade visinha a
São João da Barra, onde está localizado o Porto do Açu, de propriedade dele
mesmo, Eike Batista.
O
mega empresário vem, ao longo de poucos anos, investindo considerável quantia
no empreendimento e, como não poderia deixar de ser, captando – ou seria
cooptando – empresas para movimentação de cargas em seu porto. Exemplo é que
empresários do ramo industrial, do Espírito Santo, já formaram caravanas para
visitação ao Porto do Açu e as visitas não foram turísticas.
Assim,
começa a guerra entre portos, tanto criticada, inclusive pelo próprio Governo
Central. E agora, o que fazer para que o Espírito Santo não perca cargas para o
porto fluminense? Com a palavra, o presidente do Conselho de Tarifas, da Cia.
Docas do Espírito Santo (Codesa), José Adilson Pereira.
Planeta Porto – Quais mercadorias o Espírito Santo
pode perder para o Porto do Açu?
José Adilson Pereira – Principalmente o granito. Creio que
contêineres, também. Mas, pode afetar todo o complexo portuário.
Planeta Porto – Como enfrentar esse novo quadro de
concorrência?
José Adilson Pereira – A Intersindical (da Orla Portuária
ES, entidade a qual o entrevistado é presidente) já propôs, há anos, o projeto
do porto de águas profundas para que nosso complexo portuário tenha portos que
possam atender navios de maior porte e ter ganho de escala, na movimentação de
mercadoria, reduzindo os custos portuários e os gargalos e limitações que temos
em nosso porto.
Planeta Porto – Considerações.
José Adilson Pereira – Eike está comemorando e a contrução
do canal que possibilitará levar nossas cargas para o seu porto, situação
planejada, pois, no seu plano de negocios estão nossas cargas, como parte
fundamental para o seu porto. Infelizmente, os atores empresariais e muitos
políticos atrasaram nosso projeto de porto. Em muitas vezes comemoravam a construção das
vias que sugariam nossas cargas para os portos concorrentes. Uma coisa é certa
nós, trabalhadores, vamos perder muito com está situação. Avaliando
inicialmente, pode se esperar uma redução em torno dos 40% na movimentação de
cargas no complexo portuário do Espírito Santo.
Um comentário:
Com a perda do Fundap das importações agora com o novo terminal do porto de açu tirando 40% das cagas do Espirito Santo, qual o verdeiro impacto e sobre a mão de obra perda de renda dos trabalhadores, e por fim esta na hora de fazer uma restruturação sindical reduzido o tradicional DAS e passando para quotas de contribuição,porque a tendencia de maior desfiliação dos sindicatos pois hoje já possivel Trabalhar com os mesmos direitos de ser ou não filiados aos sindicatos e estar por vir trabalhadores vinculados
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